Luiz Estevão, dono do Brasiliense, pretende fazer com que seus atletas voltem a treinar nesta semana, usando os parques abertos, após decreto do governador Ibaneis Rocha (MDB)
Petronilo Oliveira e Pedro Marra
Em conversas com dirigentes em grupos de WhatsApp, o dono do Brasiliense, Luiz Estevão, teria pedido que o retorno fosse realizado de forma rápida e mandado um recado. “O Brasiliense vai voltar a treinar pelos parques já que foram liberados”, diz uma fonte do Entrelinhas.
Com liberação do GDF, ocorreu, na última quarta-feira (3), a reabertura dos 18 parques urbanos do Distrito Federal. Os espaços estavam fechados há mais de 60 dias por conta da pandemia da covid-19. A ação ocorre de acordo com o levantamento feito pela Casa Civil para a abertura gradativa das atividades.
Um dos atletas mais vitoriosos do Jacaré, o meia Marco Aurélio, conversou com a reportagem e diz que segue passando a quarentena na capital do país, onde passou a morar com a família.
“Conversei com minha esposa e ela preferiu ficar por aqui mesmo até para não correr o risco. A respeito dos treinos, o nosso preparador físico, que é o professor Aldair, tem nos passados os trabalhos pelo WhatsApp. Com relação à volta aos treinos não foi passado o que realmente vai acontecer. Acredito que até segunda-feira (8) vamos ter uma resposta sobre voltar a treinar”, afirma.
A respeito do confinamento, o meio-campista diz que é tudo muito novo, mesmo já tendo passado e sido ídolo por vários times do Brasil. “Então, é a primeira vez que eu vivo uma situação como essa, de parar tudo como os treinos e os jogos. Todos nós somos cientes que não podemos brincar com esse vírus (novo coronavírus). Em contrapartida, nós, como atletas, não podemos deixar de fazer alguma atividade física até porque nossa ferramenta de trabalho é o nosso corpo. Eu com todos os cuidados tenho feito atividades física claro seguindo todas recomendações possíveis . Mas pretendo voltar apto para jogar em alto nível”, complementa Marco Aurélio.
“Creio que os treinos vão ser no CT”, diz Romarinho
Assim como Marco Aurélio, o atacante Romarinho, ainda não sabe como serão os treinamentos do Jacaré daqui para frente. “Chegou nada disso para a gente [sobre treinamentos em parques], mas creio que os treinos vão ser no CT mesmo. Tenho certeza que a diretoria já está vendo todos os protocolos de cuidados para que a gente possa voltar logo a trabalhar”, declara.
Ele também comenta a ansiedade para voltar a jogar futebol pelo clube, onde é artilheiro no Candangão 2020 ao lado de Manoel, os dois com oito gols marcados no torneio regional.
“Se dependesse da gente, estaríamos treinando até agora se não fosse a pandemia. Porque a gente ama o que faz, temos prazer de jogar futebol, de treinar. Eu, particularmente, quando estou em casa, sempre treino. Às vezes treino até domingo porque já tenho o hábito de estar treinando. Graças a Deus nunca fico parado, mas a gente quer sim voltar. Se Deus quiser, isso vai passar logo, e as pessoas terem as vidas normais de volta. E a gente tem sempre o acompanhamento do nosso preparador físico. Ele manda os trabalhos no grupo da equipe”, explica Romarinho.
Guia médico da CBF
Vale lembrar o guia médico que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou neste sábado com sugestões de prevenção para o retorno às atividades do futebol em meio à pandemia do novo coronavírus.
O documento, que foi feito pela Comissão Médica Especial da CBF, segue as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Ministério da Saúde (MS), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB), com o objetivo de "sugerir a implementação de medidas de proteção para o retorno das atividades dos clubes do futebol brasileiro, seguindo rigorosamente as práticas de segurança e assistência para atletas, membros das comissões técnicas, funcionários e colaboradores", diz o texto.
Segundo a CBF, o retorno das atividades do futebol brasileiro terá cinco fases: preliminar, de treinamentos individuais ou em pequenos grupos, de treinamentos coletivos, de competições e de acompanhamento.
Na primeira fase (preliminar), por exemplo, cada clube precisa coordenar as ações de medidas protetivas antes de retornar às atividades, seguindo as normas locais de saúde das autoridades locais. Os departamentos médicos ficam responsáveis por solicitar testes, moleculares ou sorológicos, a serem aplicados nos atletas, membros das comissões técnicas e funcionários, além de se informar do contato com familiares e contactantes próximos.
É importante destacar que, semanalmente, os clubes também deverão avisar novos casos positivos de covid-19 para a Comissão Médica e de Combate a Dopagem da CBF poder registrar. Os dados, mantidos em sigilo, serão usados em uma publicação futura, no âmbito científico, para conhecimento de entidades profissionais.
Se forem preciso, atualizações serão feitas pela CBF durante o desenvolvimento do guia médico, "na medida em que novas normativas do Ministério da Saúde e da literatura especializada com evidências científicas comprovadas sejam publicadas", diz a entidade.
Vale lembrar que, no dia 2 de junho, o Entrelinhas fez uma reportagem mostrando como está sendo o diálogo entre Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) e a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF). Em uma das respostas, a gestora do Esporte, Celina Leão, disse que trataria a volta dos treinos, assim como fez com a reabertura dos parques no DF. “Tudo será feito de acordo com protocolos. Se for retornar o futebol, será aval da saúde e bastante estudado”, declarou a chefe da pasta.
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