Letras Miúdas com preparador físico Divino Ferreira
- Entrelinhas
- 29 de jun. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de jun. de 2020
Ele, que passou por diversos clubes do futebol brasileiro, opinou sobre a volta do futebol, condição física de atletas na pandemia e ainda contou bastidores de times onde trabalhou
Por Petronilo Oliveira e Pedro Marra
Volta aos jogos com pouco tempo de treino no retorno principalmente do Campeonato Carioca durante a pandemia do novo coronavírus, jogadores usando malandragem para não treinar ou não viajar (quando a trajetória é mais longa), dirigentes e donos de clubes de futebol exigindo que o departamento médico e o comissão técnica acelerem o retorno de atletas. Esses foram alguns dos assuntos comentados pelo preparador físico Divino Ferreira no podcast Letras Miúdas aqui do Portal Entrelinhas.
Divino trabalhou no Flamengo, em alguns times do DF e depois fez parte da equipe do falecido, saudoso e campeão Valdir Espinosa. Perguntado se já teve problemas em liberar jogadores no departamento médico para viajarem por conta de jogos, Divino lembra uma das passagens pelo Brasiliense, onde até discutiu com o presidente do clube, Luiz Estevão.
"Cheguei a ter desavenças com o dono do clube justamente por isso. E eu dizia que [o jogador] não vai viajar. Ele não está em condições. Eu ficava protelando. Mas acontece muito de um jogador simular uma contusão para não viajar. E o profissional da preparação física precisa estar em consonância com a comissão técnica para saber o que vai ocorrer neste período. Eu não abro mão dos meus valores e princípios em detrimento de algo imediato", afirma.
Além da comissão técncia do Brasiliense, Divino também passou pelo Ceilândia no DF
Em outra oportunidade, Divino contou as dificuldades que teve com dirigentes do Flamengo em 2006 com alguns jogadores fora da forma física ideal para jogar.
"Em uma experiência frustrante que eu tive, houve bate boca na época com três jogadores que estavam obesos. E eu falei para a direção do clube e comissão técnica que eles tinham que ser separados, porque eles não estavam conseguindo acompanhar os demais. Era o Obina, Toró e Diego Souza. A diretoria do clube pegou no meu pé. A marca aqui é muito forte, e eles vão treinar [disseram os cartolas]. Aí eu falei, pode treinar. Mas a minha opinião como preparador físico profissional, eles precisam passar 15 dias fora treinando à parte para recuperarem o peso ideal e estarem no mesmo limiar que os demais. E aí não aceitaram. Conclusão: quando saímos, o novo preparador físico já chegou e 'jogou no ventilador' que os três estavam acima do peso e eu fui culpado pelo antigo vice-presidente de futebol na época, Márcio Braga, pela equipe não ter tido sucesso no Campeonato Carioca", recorda.
Para ouvir o podcast Letras Miúdas com o Divino, estamos no Spotify e Castbox.
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