Em novo podcast do Portal Entrelinhas, ex-diretor de acervo histórico do Verdão, Jota Christianini, comenta “causos” antigos com atletas e assuntos atuais do futebol
Atualmente ele é assessor da presidência do Palmeiras, mas tem muita história para contar sobre os bastidores do Alviverde Paulista do Parque Antártica. Trata-se de José Roberto, um senhor com 72 anos bem vividos. Carinhosamente chamado de Jota Christianini, ele tem participação importante na coleta de documentos marcantes do Verdão no futebol.
Por três vezes, ele foi diretor de acervo histórico do clube, alterando no cargo de diretor titular e adjunto entre 2007 e 2014. Como estamos sem futebol brasileiro com bola rolando, você pode se deliciar com as histórias de Jota nos 45 minutos do novo podcast do Entrelinhas , como se fosse o primeiro tempo de uma partida.
Entre os assuntos, o novo convidado desta edição fala um pouco sobre resenhas, "causos" como ele mesmo costuma chamar. Um deles faz parte das resenhas com o maior ídolo do Palmeiras, Ademir da Guia, o Divino.
“O Ademir da Guia é um sujeito formidável, mas é um daqueles caras que não lembra. Aí eu brinco com ele, 'Ademir, você só jogou contra o Palmeiras? Não lembro. Como não lembra? Olha aqui a súmula, pô! Palmeiras 4 x 0 Bangu'. Ele fala que nem baiano. Eu penso que ele não tem a dimensão da importância dele não só para o Palmeiras, para o futebol. Porque ele estabeleceu um jeito de jogar”.
Não só de jogadores se baseiam os “causos” de Jota. O ex-diretor de acervo do Verdão relembra uma conversa que presenciou de Luxemburgo com o elenco do Palmeiras, quando Luxa comandou a equipe em 2008, último ano em que o clube foi campeão paulista.
“Esse ponto do valor é o Luxemburgo. Ele falou: 'aqui no Palmeiras, beijar o distintivo, só o Marcão! O resto não tem nada que beijar o distintivo não, porque amanhã eles estão jogando em um time adversário e vão estar beijar o distintivo do outro também. Aqui, quem tem direito a isso é só o Marcão, porque esse ficou nos piores e melhores momentos”.
Juiz apitou! Paralisação técnica! Chegamos nos 20 minutos de partida com muito sol para a vista dos leitores. Calma! Para melhorar, você pode ouvir o podcast do Portal Entrelinhas, disponível no Spotify ou aqui mesmo pelo Castbox.
A geladeira do Turcão
O historiador recorda de uma história de 1947, quando o Palmeiras venceu um clássico contra o Corinthians por 3 x 1. Mas o jogo que envolveu uma resenha inusitada. Na época em que o jogador que fechava o gol do Palmeiras era o saudoso Oberdan Cattani, que tomava poucos gols. Com essa fama, uma loja de eletrodomésticos fez uma promessa: dar uma geladeira para o adversário que fizesse um gol no Palmeiras.
O irônico da história é quem vazou a invencibilidade do arqueiro foi o ex-zagueiro Turcão, ao marcar um gol contra nessa partida. Só que o companheiro de equipe de Oberdan havia comprado um refrigerador, entregue a ele após o derby.
“A vizinhança toda foi lá fotografaram ele. E o Turcão ficou até morrer com aquela maldita nota fiscal no bolso dizendo que aquela geladeira ele tinha comprado, que não era nada do prêmio do gol contra. Eu conversei com ele, e ele andava com a nota, e ela estava quase esfarelando”, recorda.
Turcão jogou pelo Palmeiras como lateral pelas duas pontas do campo entre 1943 e 1951 - Fotos: arquivo pessoal
Confira mais do ótimo bate papo com o Jota sobre os “causos” do Alviverde do Parque Antártica. Ele comenta sobre como entrou para o acervo histórico, o clima hostil da Libertadores de antigamente, histórias do Pelé, Felipão e Marcos, além de assuntos como a polêmica conquista da Copa Rio de 51 - ou seria o Mundial de 1951? Ouça mais a seguir.
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